Sunday, April 01, 2007

Apelo à Nação de Língua Portuguesa

Cheguei mais cedo a casa... Decidi começar a ler para ver o que me esperava. Ao som do silêncio lá fui eu virando página a página devorando cada palavra!
Por fim cheguei à última... o quarto estava imerso e o livro acabou.

Ao fim de dois meses e uma semana estou um bocado atormentado… os livros que me acompanharam nesta viagem terminaram. Comecei a ler o quinto livro (uma amiga teve cá e lembrou-se de trazer me um livro), mas a maneira como o Gabriel Garcia Marquez escreve não me deixou indiferente… perturbou me o espírito e ao fim de alguns dias terminei a viagem que tinha começado com ele.

O apelo que faço é que me deixem continuar a viajar por entre esta língua, a língua portuguesa… Que as viagens nunca terminem! Neste momento já não tenho mais livros pra ler.
Aqui fica a minha morada, depois faço chegar ao remetente o livro quando a viagem terminar com o mesmo.
Morada: Francisco Guerreiro
Amanuensvägen 05
Cabin 309
SE -104 05 Stockholm
Sweden

De entre os livros pelos quais viajei, fica aqui parte dessa viagem, com um autor que surpreendeu me bastante – Gonçalo M. Tavares. O seu primeiro livro de capa negra é arrebatador – “Um Homem: Klaus Klump”.
"(...) Os conhecimentos ouvem-se, mas para agir a capacidade de audição é praticamente desprezável. Porque agir é estar próximo das coisas e ouvir é estar afastado das coisas. Alguém que apenas ouve nunca será considerado um intruso no mundo, a Natureza não se sentirá ameaçada. Quem ouve poderá acumular conhecimentos, mas essa acumulação não lutará com a natureza. Esta resiste bem à inteligência, ao raciocínio e à memória do Homem: todas estas qualidades intelectuais são assuntos que dizem respeito exclusivamente ao mundo da cidade, e o que ameaça a natureza são as acções: os momentos em que os humanos abandonam a audição, e mesmo a linguagem do discurso, e passam a querer falar com o sentido do tacto: o único que pode alterar as coisas. Se os homens, mantendo a sua inteligência incorrupta, fossem seres imóveis, incapazes de qualquer movimento, seriam ainda hoje menos poderosos do que um único metro quadrado de terra espontâneo. Poderiam possuir um grau de aperfeiçoamento no pensamento abstracto, matemático e lógico, mas não deixariam de ser uma espécie secundária ao lado das outras: as possuidoras de movimento. Qualquer cão mesquinho mijaria nas pernas de um homem altamente inteligênte mas imóvel.
(...) Um corpo reduzido a uma função única: esperar que os outros façam algo, ou lhe façam algo. De entre as funções do homem as balas haviam deixado àquele corpo apenas a função mais passiva, a função mais fraca, o expoente da miséria orgânica do homem: esperar.”

2 Comments:

At Mon Apr 02, 01:20:00 am, Anonymous Anonymous said...

xpero q tenhas gostado... N deixa indiferente. Ele tem uma magia e uma mistica n escrita que ninguem consegue realmente descobrir. Vou tentar enviar.te 1 livro tenho é q pensar qual.

n te preocupes q eu sei o qt é importante manter o contacto com a nossa lingua nem q seja atraves das palavras escritas num livro. O periodo da minha vida em q li mais foi em Madrid, isso explica algo... Era o refugio... o meu!

Beso*
Sara

 
At Sun Apr 15, 03:49:00 pm, Blogger FranciscoGuerreiro said...

Assim espero...
A saga: "Na expectativa por um livro em Português!"

Beijo

 

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